Angelita Francis: Garota Cor de Fogo.

Sobre o que aflora.
terça-feira, 31 de agosto de 2010
Ele Sabe de Mim...

Ele me disse que a minha missão era escrever pra ajudar os outros porque eu não me caibo de tanta coisa, de tanto sentimento aqui dentro que preciso extravasar de alguma forma. Ele está tão certo que me fez chorar, aliás, ele sempre tem me feito chorar, mas é choro bom sabe! Choro de satisfação de me saber bem quista por um amor do passado e dele me saber de todas as formas, contornos, exatidões e isso é bonito, saber que sobrou alguma coisa, mesmo sem nos ver, mesmo sabendo desse desejo que ainda existe me fazendo sonhar coisas impróprias para menores, mesmo sabendo que o “futuro a Deus pertence” e quem sabe a gente se encontra de outra forma um dia, mesmo assim, de hoje em diante, saber o que eu quero e o que ele quer, respeitar isso e assim continuar um futuro de palavras que nos levam a uma quase amizade é muito bom, muito real, muito doce como ele nunca tinha sido e muito racional como, por influência dele, eu venho sendo.
Então eu agradeço por ele fazer parte dos cinco minutinhos de surpresa boa que a vida me propõe com as coisas belas que ele enxerga em mim sem deixar de lado a forma doce e sutil que ele vem desenvolvendo pra me fazer enxergar as coisas não tão bonitas assim que eu carrego aqui dentro.
postado por Angelita Francis @ 06:23   1 Fale com ela

terça-feira, 24 de agosto de 2010
Sabotagem

Eu to assim meio down meio perdida e o turbilhão tomou forma invadiu meu corpo e mente e me sabotou ou eu me sabotei sei lá mas agora em cada segundo me puno me culpo pelo que de bom podia ter sido pela saudade do que imaginei e não foi até uma amizade pra vida toda ou mesmo o amor mas tudo bem aceito a distância a saudade da gargalhada aberta e até da cumplicidade que começava a dar o ar da graça e andando pelos meus caminhos me tomo numa euforia das lembranças e sigo assim meio engasgada assim como essas palavras sem pausas só desabafo.

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postado por Angelita Francis @ 13:45   1 Fale com ela

quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Para Mário.
Pai, desculpa por vir só agora, mas eu vim mais tarde porque eu andava evitando as lágrimas, sim, aquelas que você disse um dia para deixar que corressem porque a dor passa mais rápido e as alegrias brilham como diamantes nos olhos. Nunca concordei com você sobre isso, sempre tentei engasgar algo que me revelasse tanto. E eu não podia né?! Não podia por causa do nome, por causa da faceta de super herói, por causa de toda uma infância com gosto de fruta e cheiro de sangue, e não posso ainda, mesmo agora te escrevendo liberar toda a saudade e toda a ausência que dói, lateja, e se esconde vez ou outra, mas isso se desencadeou em mim de tal maneira esta semana que a única forma de não explodir é escrevendo pra você, pra tornar a perda real, a saudade bonita, e me expor sobremaneira, com as mesmas lágrimas que eu sempre tentei conter, em vão.

Porque pai aquela nossa conversa séria antes da tua partida me fez saber quem eu sou e de onde eu vim e porque tudo mudou, afastou e sangrou desembocando na minha rebeldia e evidenciando essa minha alma inquieta até hoje, a diferença é que eu tenho trinta, mas toda aquela energia, toda aquela eventual necessidade de estar em contato, de estar alerta continuam aqui, a diferença é que agora elas teem seu tempo e lugar. E como eu penso! Tanta caraminhola na cabeça, tanto frio na pança, tanta coisa bonita eu vejo, tanta alegria eu lembro, como o ‘ajivú’¹ – o nosso possante azul que eu arrastava pelas ruas pra lá e pra cá, na tranqüilidade de me sentir segura ao seu lado e na longevidade da tua confiança em mim. Ê vida boa aquela! Vida de mato, de chuva de ipê, de banho de igarapé de manhãzinha, de cavalgada diária. Saudade. Saudade de você com seus cabelos de anéis castanhos dourados, do óculos remendado, daquela camiseta do Bob² que parecia andar sozinha de tão surrada, de você no seu melhor e pior estado.

Me desculpa se eu segui a minha vida não olhando mais pra trás, para aquele lugar onde vivias, onde vivíamos, mas é que eu não posso me ver lá sem você, não posso me dar ao luxo de tanta carência, já é difícil lidar com ela nos dias urbanos, imagina nessa atmosfera bucólica de Tracuateua!³ Desculpa se eu deixei tanto pra trás, até o que me dizia respeito, o que era meu de direito, mas é que não faz sentido, não tem valor, pois o valor que eu dava para as coisas era quando você estava em volta delas, e hoje eu sou meio órfã sabe! Órfã daquele amor e veneração que tinhas por mim.

Pai preocupa não! Não parece agora, mas eu estou bem, to seguindo o meu caminho com você no coração, na cabeça, nos livros que eram teus e que eu tomei pra mim, porque te encontro nas palavras, assim como eu faço agora. Só é saudade. Deixa quieto que passa!

Bjs da sua e sempre filhota.

P.S.: O vídeo em anexo, é da música espelho, composta por João Nogueira para seu pai, e quando de seu repentino falecimento, seu filho Diogo Nogueira, ainda anônimo, e vários artistas, cumpriram a agenda de shows que havia ficado em aberto, e é claro que ele cantou esta música em homenagem ao pai falecido. (Fonte: Blog Uma Música por Dia).

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postado por Angelita Francis @ 07:50   0 Fale com ela

quarta-feira, 4 de agosto de 2010
De Carlos para Ana por Angelita
Zeca, e se eu te contar que tem mais gente aqui dentro. E seu eu te contar que eu já fui Angelita, Marilyn, mas que também fui Carlos? Como reagirias? Reagirias surpreso, indefeso, absorto?
Pois é, vê se pode que até homem eu tenha sido! È cômico e verdadeiro. O Carlos nasceu de um dialogo com um parceiro de palavras, o Bayma. Nesse discurso invertemos os papéis, eu era Carlos e ele era Ana e assim fluiu e mexeu com a gente de tal maneira que ficou lindo sabe, até parecia de verdade, embutimos verdade naquela relação que criamos e rompemos no decorrer de algum tempo, porque discutir, enfeitar e ao mesmo tempo criar uma relação, mesmo que inventada cansa, então paramos, com o sonho de mostrá-la, encená-la, publicá-la. Não aconteceu. Ainda.

Zeca olha quão lindo pode ser uma parceria, um amor.

Para Ana no seu aniverário.

Você é a minha Ana preferida, não que eu conheça muitas, mas você é a mais desordenada, a mais louca, a que mais se parece com Florbela, minha diva da poesia. Tens toda uma atmosfera de paixão que te envolve que me encanta sabia?!
Mesmo quando dizes não te importar ou quando o copo de água em suas mãos te parece aquela tempestade de mar bravio, a qual gostarias de te afogar. Não se afogue Aninha!
Ana você é meu amor, meu pão de lot, aquele que sinto até hoje o cheiro provindo das minhas lembranças mais remotas, mais doces de uma vó opulenta e risonha me encantando com histórias reais e me chamando para um mundo diferente do meu.
Eu sei que faz tempo que não nos encontramos e mais tempo ainda que deixei de ser pessoa pra você, estou dizendo de você mulher, mas vejo até hoje nas nossas sobras a sua extensão porque sei que você não tem medida, sei que você deve estar aí preocupada com o movimento do mundo e atenta às suas próprias loucas maquinações acerca do que se deve receber e dar num dia como este, num dia de berço como este, o seu aniversário.
Lembra quando te olhei pela primeira vez com aqueles grandes olhos de jacaré jocoso por um abraço, uma fala tua, e não importa a forma como interpretes esta carta, o que importa é que você foi importante, você é importante, e mesmo que digam, e dizem que o distanciamento é necessário, como me livrar de uma criatura tão bondosa e linda como você?
Ana, amorzinho, eu te peço que não confundas as coisas e nem fiques furiosa com estas palavras, sei que passou e que é passado, mas não muda o que eu sinto, apenas mudou o contexto de como sinto entende? Não dramatiza tá?! Falo isso pra tudo, pra este teu dia, para os dias que virão, para que um dia olhes para mim com olhos mais doces, pelo menos hoje.

Do seu sempre Carlos
03 de abril de 2009.
postado por Angelita Francis @ 13:00   0 Fale com ela

terça-feira, 3 de agosto de 2010
Amor por Angelita



Zeca, lembra quando eu te falei daquele sonho bonito em que aparecias enamorado e de mãos dadas? Pois é, eu acho que era reflexo do que eu quero, do que eu sou. Eu te disse também que pediria a Iemanjá que assossegasse o teu, o meu coração e assim o fiz, mas eu pedi mais, eu pedi amor, é porque guardei só pra mim, com medo que falhasse, com medo que esvaísse ou que passasse sem muita importância a pessoa bonita que eu conheci, então eu pedi mais, porque eu quero tempo com ela sabe!

Zeca, tu sabes também o quanto é ruim pra gente, pra palavra, não sentir nada. Sabes mais ainda da minha natureza de apaixonada incorrigível, sabes da minha história, e todas aquelas mudanças de valores, de humores, de sentimentos e de entendimento do que o amor representa pra mim, muito além da paixão, sempre amando eu sorvo essa substância que ora alimenta, ora inane.

Sabe Zeca, hoje tenho medo de acreditar que o amor está escasso e que custa caro, porque mesmo amando ou sendo amada, anda difícil viver isso. E cada olhar trocado, cada boca e corpo que se abandonam para o beijo, me embriagam tanto que me perco como Alice, nas maravilhas de qualquer sentimento que não o é e nem será. Por que essa falta?

Que falta é essa Zeca que me acorda no meio da noite com suores noturnos e boca seca? Que me faz perder os sentidos ao olhar para o nada e ao mesmo tempo me faz viver disposta a imaginar as coisas pensando no tudo? Será amor que me falta? Será tempo de amor, paciência de amor que me falta? Amar diferente de paixão ou evoluir paixão para diferenciar o amor? Zeca me diz o que é isso que anda solto em mim porque o turbilhão de palavras voltou e eu tô cansada de maquinar tanta coisa.

Eu vivi tanta coisa de sonho, devia te contar do vigilante interno, freio ABS que tem me mandado ter cautela com os caminhos de Alice que se apoderaram de mim tantas vezes durante esses dias felizes, mas decidi não dar mole, mandar pastar, mas aí eu li um texto do Veríssimo – “Para Se Roubar Um Coração”, e entendi que se o amor tivesse outro nome, ele seria ‘tempo’, então amanhecida disso tudo, das caraminholas, dos sentimentos e do turbilhão decidi encontrar um pra mim também, o mesmo que tanto falas, do teu tempo, do tempo de sentir, do tempo de amar. Vou tentar amar no tempo do amor Zeca. Vou ler um conto, atravessar mil pontos, nadar mil águas, meditar no azul do céu, bater altos papos com Iemanjá, caçar músicas, inventar palavras só pra encontrar.

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postado por Angelita Francis @ 07:34   2 Fale com ela

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Ela


Nome: Angelita Francis
Lar: Cidade das Mangueiras, Pará, Brazil
Sobre Ela: Ando perdida em meio à multidão de palavras que me cercam.
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