Angelita Francis: Garota Cor de Fogo.

Sobre o que aflora.
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
Domingo 12, 40 e 20

Foram 12 horas de sono, 40 minutos para se espreguiçar, 20 minutos para levantar.
Começou abrindo os olhos devagarzinho, aquela sensação de turvação incomoda muito; os braços vão se transformando em asas bagunçando a cama, as pernas parecem grandes alicates revirando os travesseiros e encontrando novas posições. Tem coisa melhor do que espreguiçar?
É tudo uma questão de tempo para que enfim, a vontade de fazer xixi tome conta do corpo e impeça a preguiça de reinar. Corre até o banheiro e já escova os dentes, toma banho, penteia os cabelos e volta do banheiro cor de rosa com cheiro de pitanga.
O tempo passa devagar e ela querendo saber dele, mas não acha maneira e nem sentido de sabê-lo. O calor do dia invade o quarto e seu corpo esquenta, ferve o que já existia de calor, e desce correndo as escadas procurando salvar-se... Veste o biquíni, lava roupa, beija o cão, cozinha alguma coisa que tem a ver com massa e chove, finalmente chove e venta e ela se sente livre.
Volta para a cama e tapa os olhos para afugentar o pensamento nele. De repente não sente mais nada, não o vê e segue conectada ao mundo em sua volta e escreve e despista. Recebe ligações, conversa e faz planos para a noite. A tarde cai e ela se prepara.
Toma outro banho fica de novo da Cor da rosa e cheiro de pitanga e veste-se do colorido mais bonito e já quando não há mais nada por esperar ele aparece, e mais que a roupa, tudo colore-se e segue o caminho sozinha, mas feliz, completa de se saber quista e desejada.
Na volta os olhos pesam do sonho que ela ainda vai ter com ele.
postado por Angelita Francis @ 11:28   5 Fale com ela

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
Santas ou Polacas

Num primeiro momento, sem alguma intimidade – tímida; num segundo, vai se despindo de todos os pudores devagar e compassadamente... E num terceiro, se esvai tudo e fica apenas a embalagem aberta jorrando as cores do arco – íris que as crianças descem alegres; suco de laranja de manhãzinha com espuma e gominho; primeiros beijos; beijos afoitos; surpresas à Lá “Marcus André”; olhares da primeira vez; friozinho na barriga; mil sorrisos... Tantos desejos entornados em dois corpos recipientes.

Eu quero um sentimento de esperança que me pareça real e que não se dissipe em meias verdades ou meias palavras, algo verdadeiro e que eu não precise fugir do que eu quero. Chega dessa corrida de gata e rato, de sexos opostos, de marte e Vênus, amor e sexo. Desejo apenas que o meu querer seja força e coragem; segurança e desinibição. Que eu não seja a ‘polaca’, mas também não a ‘santa’. Quero ser as duas e não quero críticas nem julgamentos.
Quero ter um filho, ser mulher de alguém, companheira, rabo de saia, mas não quero ser só a santa. Não quero desacreditar no meu desejo porque ele existe e é real, nem fazer dele minha vergonha. Sim, eu quero ser sua, mesmo se for só por algum ou muito tempo, mas o queiramos, porque se não o quisermos, que ele alcance outros braços, outros corpos que lhe caibam direitinho.
Mas ele está aqui e não posso ignorá-lo. O pudor extinguiu-se, a vergonha deu uma saída sem ter hora para voltar... Ele agora é bicho que habita em mim e pulsa por ti. Quer mais sentimento que isso?
postado por Angelita Francis @ 10:12   1 Fale com ela

domingo, 11 de janeiro de 2009
Amor Elefante

Eu vou escrever uma música
Que combine com aquela tua dança
Com aquela tua fala
A mesma que inunda o som da nossa infância
sua cabeça coberta de flores
meu ombro coberto com as tuas flores
& então você, ‘Marcus André’
Aparece pra mim de surpresa
E adormece no meu coração
Na rede carmim que nos embala
Não desperta o sonho que nos une
o mantém aceso
sob as luzes da grande cidade
irradiando satisfação
a cama feita & desfeita & o meu retrato
à cabeceira
o vento do mar sobrevoando o nosso sexo
confundindo-se ao nosso corpo
& às cordas do teu coração
que ironia a sua!
Minha marca, meu selo, meu
Não acorda agora
Não acorda do sonho, deixa ele dormir
a praia orna os teus
braços & o mar é o ator principal do nosso filme
mas você é o sol
e anda sob um elefante
que dança em Beirute
quando nu você é verde
e eu canto Nina Simone, mesmo
sem saber a letra
& meu inglês é pobre
& então tomemos banho
Livres
Mas não acorda
Ama assim mesmo
Ou no banco traseiro de um Cadillac
Ou em Marte
Ou nos Arcos da Lapa
Num bonde desgovernado
Indo em direção a algum Paraíso Perdido
Você me pergunta se há vida na minha
Tatuagem de sereia que devora
Meu tornozelo.
Não. Mas existe muita vida em mim.
Quer provar?

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postado por Angelita Francis @ 13:06   0 Fale com ela

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
Ilha Maravilha




Na minha Ilha eu chego ferindo suas águas salgadas e piso na superfície de areia úmida de mar. Da beira, caminho com o objetivo de alcançar a morada, acomodar-me e começar uma nova existência. Tudo é simples aos meus olhos. Tudo eu quero e está ao alcande da mão. Eu quero encontrar gente querida, violar as águas desse mar, esperar um amor (talvez Iemanjá me ajude nisso!) com gosto de chuva e de bagaço de fruta.
Lá na minha Ilha, cada amanhecer é uma nova geografia, uma nova perspectiva e não canso de buscá-la e estou ávida por vivê-la... E agora, minha pele já é dourada; meus cabelos coloridos; meus pés calejados; meu coração apaixonado e minha mente confusa.

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postado por Angelita Francis @ 05:42   0 Fale com ela

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
Para o Rio

Hoje o dia está claro, mas como estará no Rio? Sempre deixo meus pedaços por lá, sejam amigos, família, pessoas importantes. Pessoas interessantes e importantes que vêm e vão, e passam, e se instalam em minha vida.
Hoje minha cabeça está no Rio, mas meu coração sempre esteve, desde a infância, infância peregrina que tive em desbravar cada pedaço e decodificar cada cheiro e cada tom de azul.
Como está o Rio hoje? Será que sente saudade? Será que olha por cima de seus morros e sorri? Será que joga um pedaço de azul dos seus mares para o mar que é a minha existência, querendo ser tão bravia e imensa?
O sorriso do Rio é de um branco poderoso. Um sorriso maroto. Um olhar malandro de se saber querido. Esse é o Rio. Quem me dera pudesse dizer um dia que esse é o meu Rio. Meu Rio de águas verdes – azuis – celestes; meu de temperamento forte, de humor audacioso, de gingado acentuado, e por que não de grandes e indefinidos contrastes, mistérios, malícias e defeitos?
Todo meu em verso e prosa e em mãos, e à mão para que eu possa matar a saudade boa de beijar na boca e de olhar para a imensidão.
Me bagunço toda nesse Rio e como me permito! Como me sinto forte e bem vinda naqueles braços que me envolvem e me recebem contra o peito em posições acrobáticas, mas extremamente carinhosas.
Acabou meu tempo, mas o tempo volta e gira, e muda as coisas de lugar, e me trás de volta, e me puxa pra perto.

postado por Angelita Francis @ 11:24   0 Fale com ela

Gosto de Sonho

If I was young, I'd flee this town
I'd bury my dreams underground
As did I, we drink to die, we drink tonight
Far from home, elephant gun
Let's take them down one by one
We'll lay it down, it's not been found, it's not around
Let the seasons begin - it rolls right on
Let the seasons begin - take the big king down
Let the seasons begin - it rolls right on
Let the seasons begin - take the big king down
And it rips through the silence of our camp at night
And it rips through the night
And it rips through the silence of our camp at night
And it rips through the silence, all that is left is all that i hide

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Se eu fosse jovem, eu fugiria desta cidade
Enterraria meus sonhos no subsolo
Como eu, nós bebemos para morrer, nós bebemos essa noite
Longe de casa, elephant gun*
Vamos derrubá-los um a um
Nós os deitaremos, eles não foram encontrados, não estão por aqui
Que comecem as estações - elas rolam como devem
Que comecem as estações - derrube o grande rei
E rasgam o silêncio do nosso acampamento à noite
E rasgam a noite
E rasgam o silêncio do nosso acampamento à noite
E rasgam o silêncio, tudo que é deixado é o que eu escondo

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postado por Angelita Francis @ 11:19   1 Fale com ela


postado por Angelita Francis @ 11:08   0 Fale com ela

Alguém comeu as palavras que ía escrever aqui.
Era alguma coisa importante, algo que manifesta a minha alma perturbada, frenética.
Talvez eu esteja naquela idade, comum às mulheres, não só de se auto - afirmar, mas de querer ser mais do que o próprio destino nos impõe. Saber o que quer, o que gosta e só. Ser.
Eu gosto de ser mulher, meio moleca, meio pudica, meio devassa. Gosto do simples. Gosto da voz que faço quando canto uma canção pra ele. Gosto dos meus badulaques, das minhas palavras que se assemelham a isto. Gosto do sorriso grande de canto com covinha. Gosto da noite e do dia. Gosto do cheiro do mato e do barulho de cri-cri-cri que a cigarra faz nas noites de verão. Gosto de viajar de carro na estrada velha. Gosto do mar bravio e seu gosto. Gosto de olhos que se furtam. Gosto de anéis. Gosto dos corpos ao se encontrar sutis ou sedentos. Gosto dos suores da entrega e do banho depois. Gosto de vários copos de coca. Gosto de várias doses de Vodka. Gemidos. Minúcias. Poemas. Da música cantada especialmente para mim. Do domingo de tardezinha. Reggae. Havaianas. Samba com cerveja. Sapatilhas vermelhas. Calcinhas micro ou grandes calcinhas ou sem calcinhas. Deitar de qualquer jeito. Rede. Pés entrelaçados. Morangos. Sinais. Cicatrizes. Enlaces. Viagens. Possibilidades. Esperanças. Sentidos. Cores. Afagos. Carinhos. Amanhecer. Liberdade. Movimentos. Contar os segundos antes de agir por impulso. Amor. Preguiça. Ronronar dengo. Fazer manha. Beijar. Halls preto. Livros velhos, novos, clássicos, cults. Ventilador no pé molhado. Sonhar...
E o meu gostar define o que eu sou.
Sou Angelita. Variante de Ângela. A mensageira.
postado por Angelita Francis @ 11:06   0 Fale com ela

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Ela


Nome: Angelita Francis
Lar: Cidade das Mangueiras, Pará, Brazil
Sobre Ela: Ando perdida em meio à multidão de palavras que me cercam.
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