E daí que você é um cafajeste de primeira! O que você ganha magoando mulheres e ao mesmo tempo as ensinando a lidar com pessoas da sua laia? E pior: Você ainda ensina homens bons e leais a serem ‘cafas’ como você. Que espécie de homem você é?
È óbvio esse seu medo absurdo em admitir o que sentes, até mesmo, porque você se preocupa em mostrar que nunca namorou por tempo suficiente para apaixonar-se ou sofrer e blá blá blá... Toda uma paródia de vida muito mal empregada! É. Porque se você se esforça para não amar e ser amado, pra que serve a sua tão insignificante existência? Para distribuir espermas pelo mundo sem reproduzir-se, apenas para constar no seu caderninho de fodas e dicas de masturbação? Ora essa! Pare um pouco dessa atitude extremamente egocêntrica e vá viver um pouco. Viver no sentido de magoar-se, iludir-se ou quebrar a cara pra poder levantar de cabeça erguida e partir pra outra, pra outro amor. Outra coisa: Para deixar claro, nós mulheres, temos racionalidade suficiente e instinto para nos sabermos amadas ou não e se escolhemos maquiar a realidade, é porque estamos verdadeiramente apaixonadas e precisamos de uma D.R para conseguirmos desabafar e vomitar sobre vocês, homens, toda a nossa histeria. Há em nosso sangue boa dose de lirismo e poesia. Nós não lutamos contra o amor, pelo contrário, lutamos em busca de vivê-lo sempre e em todos os sentidos, e esse é meu manifesto contra a superficialidade que você emana e o quanto menospreza uma mulher que ama. Não se esqueça que o que não nos falta é coragem para amar, e se por acaso não der certo, reagir e seguir em frente de coração aberto.
Esse fim – de – semana eu tive a certeza do que eu já imaginava. É. Foi doloroso! Eu não fui histérica, nem rude, nem ditadora, tampouco “Digitadora”. Eu fui uma lady: Lady Marilyn. Ouvi tudo com calma, complacente, diria até, resignada e com lágrimas nos olhos. Isso eu não posso negar. Eu também falei o que sentia e tudo terminou com um beijo num dia lindo de domingo. Foi um dia revelador, esse domingo! Pensei em muita coisa. Pensei em desistir de ser eu mesma. Me irritei um bocado, mas algo me salvou: a amizade. Percebi que o que eu preciso é ser mais amiga, e também de falar uns palavrões bem cabeludos para aliviar o stress. Falando sério! Eu preciso glorificar essa minha tendência de ser amiga dos homens, já que como mulher, namorada, eu não consigo por muito tempo que eles façam parte da minha vida. É a única forma de não me preocupar em ser controladora, ciumenta, histérica, insegura, pois não haverá motivo para sê-lo numa relação bem definida e delimitada como a amizade. Eu posso, por exemplo, mandar um torpedo pedindo para ele ligar, posso sugerir um cinema ou teatro no fim – de – semana, e adorar os olhares curiosos dos conhecidos, tipo aquele ar blazé de “Quem é esse cara? Eles estão juntos? Será?”. Eu posso me dar ao luxo de amá-lo sem sentir cobrança em demonstrar amor e ao mesmo tempo sufocá-lo. Será que amizade preenche?
É sempre assim quando caminho pelas ruas da cidade, em meio ao caos urbano, às desigualdades, o trânsito... Me irrito com o barulho que a metrópole Belém tem nos oferecido, mas enfim, estou salva! Coloco os fones de ouvido do ruído MP3, tudo some e tudo tem uma nova imagem pra mim, mais bonita, por ter uma trilha sonora, a minha preferida e escolhida. Vou seguindo pelas ruas mais alerta e livre. Canto e espanto meus males, sorrio e canto mais alto e as pessoas... Ah! As pessoas me notam e parecem cheias de desejos de entrarem na minha trilha, na Trilha do meu rumo. Tá um sol lindo e quente nessa minha cidade e então vou ferindo as calçadas procurando vento e pedindo ao vento que ele carregue as minhas frustrações e energias negativas. Vou seguindo o meu caminho cantando e pedindo também ao sol ou a lua, a força, sabedoria e calor para uma vida mais perene, feliz e possível. Solto meus cabelos por entre as vias tortuosas e sigo cada vez mais e tem uma hora em que esqueço os transeuntes e danço. Danço ao som de “Esta Moça Tá Diferente” e percebo que tudo é exequível – o amor, a vida, a morte, a felicidade e me sinto refeita, desejada, e por que não diferente? Sigo soltando notas e inventando rotas para um amor de verdade.
A verdade é que eu cansei. Cansei de ser a que procura, a que passa olhando pra ver se encontra algo de bonito nas pessoas, a que vê de mais, e ainda me rotulam como um ser carente, egoísta, urgente, e deduzem que crio expectativas à toa, não as crio, simplesmente ainda acredito no ser – humano, quer dizer, mudança no emprego do verbo, ‘acreditava’, pois tudo é vão. Só vejo lixo, medo estampado nos olhos, julgamento, hipocrisia, mentira, orgulho desmedido... Cansei de ter essa atitude de se preocupar, ajudar e dividir com o próximo as poucas migalhas que me restam dessa minha vida que não sei pra que veio e nem pra onde vai e também do meu coração já completamente fatiado pelo desamor. Preciso desacreditar um tempo pra ver se desacreditando, alguém me faça crer de novo, porque assim, descrente e decidida, talvez eu possa ser só, talvez eu possa me inundar e me sentir completa ou ainda construir na minha alma uma mulher diferente da Marilyn que conheço.
Nome: Angelita Francis Lar: Cidade das Mangueiras, Pará, Brazil Sobre Ela: Ando perdida em meio à multidão de palavras que me cercam. Saiba mais sobre Ela
