Estou cansada do movimento do mundo com todos esses obstáculos, sofrimentos e ter, a cada dia que reinventar-me, colocar um salto, e correr para o trabalho com um sorriso no rosto. De saco cheio de tudo isso. Dessa complexidade, dessa conspiração barata, verdade seja dita, uma tremenda sacanagem comigo! Está cada dia mais difícil levantar da cama às seis da manhã e estar disposta para o ‘Cooper’. Mais difícil chegar ao trabalho sem me atrasar, o que me leva a correr com um salto sete e o ‘Notebook burguês’ nas costas para subir no ônibus sem suar às pampas e sem demonstrar a minha vergonha de ser incapaz de ser uma ‘lady’. Todo dia é isso. Eu não consigo mentir sobre o que sinto. Eu sou uma irritada! E se sou uma irritada, não sou uma ‘lady’, porque a minha cara dura; o suor que escorre por sob a roupa; o trânsito parado; o tempo que passa rápido ante ao meu atraso; o telefonema esperado e não recebido; os sonhos empacotados; as controvérsias existenciais e a maldita fome de viver que pulsa absurda nas minhas veias... Isso e além me impendem de ser uma ‘lady’, não que eu queira ser uma ‘lady’. Eu quero ser a Marilyn que eu sou sem essas malditas indagações, estas que aqui exponho. |