 Eu já chorei tanto que me deu sede de Coca-Cola. Sede exaustiva de tanto soluço, de tanta perda. Desespero pelo açúcar e o negro da Coca. O negro luto da Coca de uma vez por todas De todas as formas possíveis. Nunca mais há de ser! Negro como o vidro do teu perfume encostado nas minhas coisas me assombrando. Negro que amedronta Lágrima que liberta mais um pouco A cada gota escorrida Cada gota enxugada. Lágrima que vai e vem Como você e todos os outros Como os beijos no negrume da noite No negro dos olhos de quem encaro Na luz das estrelas que deslocam o negro Negro da Coca que me liberta aos poucos. |
Esse poema está lindo! Achei muito legal a associação do negro com o luto do amor morrido; da lágrima (sofrimento) que escorre - "que vai e vem" com o líquido negro da coca que liberta. Muito bonito; muito sensível; muito tocante.