Angelita Francis: Garota Cor de Fogo.

Alguém escondeu minhas palavras, aquelas que eu sei que ninguém sabe sobre mim...

Antes de qualquer decisão ou ato, faço uma contagem regressiva de cinco segundos para me livrar da culpa ou acusação de impulsividade.

O beijo, um selo, um toque, também de cinco segundos, é para mim o prenúncio para um momento maior de prazer ou não, de compatibilidade ou não.

Hoje, a minha cabeça está em outro lugar, mas o meu coração sempre esteve aqui, desde a infância;

- Vem pra cá! Dia 29 tá longe.
- É, porque considerando os fatos de que a vida é curta, quanto antes, melhor.

To me sentindo como um vulcão prestes a explodir sua fúria incontida e porque também me bagunçaste. Enfiastes as mãos em mim e me revirastes inteira.

- Então é na quarta né?! Ok.

Mas então guarda - me bem em algum canto quente e úmido da tua gaveta de sentimentos, dentro do teu livro favorito ou ‘Clássico’ qualquer que estejas lendo, ou melhor, ainda, no teu coração e para sempre.

Mesmo que eu nunca aprenda a mexer com amor, e mesmo que eu nunca deixe de ser a tua ‘Magrela Marrentinha’, mesmo assim, eu to aqui e espero que permaneças também.

- Muita chuva, muita manga voadora, muito frio e nenhuma costela para me aquecer.
- Opa! Não era bem isso o que eu queria dizer.
- Corrigindo: Muito sol, muito vento no rosto, muita estrela e nenhuma cadente pra dividir contigo!
Eu sei que preciso parar de pensar no pior, desligar o meu notebook cada dia menos burguês, e brincar de ser alguém que não sou: uma mulher santa e polaca, e acima de todas as expectativas, e fumar um cigarro atrás do outro com o batom mais encarnado, e sem reservas, vestir-me com aquela lingerie de puta pura encruada na gaveta, esquecida pelos amores do passado e fazer caras e bocas, e continuar a ser outra pessoa, e rir e colorir-se e capturar essa imagem para a posteridade...
E com a taça do melhor Merlot, escrever um verso pensando na sua existência que só quer ‘Márcio Elias’.