 Eu quero rasgar a fantasia com meus dentes escrever um poema novo a cada dia sempre inspiração ser Clarice querendo ser Caio analisando como Martha seduzindo como Young declamando Vinícius Nelson para os sentidos mais obscenos obscuros coreografar uma dança que mexa com todas as minhas estruturas vestir-me de cetim escrever a palavra de veludo pra aquecer os corações e seduzir sem querer aquele moço bonito de olhos tristes aumentar dez vezes o meu desejo e dez vezes mais gozá-lo tencioná-lo apertá-lo contra o meu corpo recipiente em palco todas as situações todos os sentimentos sem respirar escrever escrever de propósito um toque de cinco segundos impedindo qualquer declínio sem arrependimentos sem passos para trás olhar fundo sem observar sem absorver imaginar nas máscaras todas as suas unidades interiores rir como uma hiena do que vem do vento lembrar com doçura de quem me fez mal mas ao mesmo tempo fez bem deixar ir quem eu amo pedir pra ficar quem eu quero me expandir do lado de alguém na cama ser mais menina e mulher. |
As palavras vêm como uma locomotiva. Elas vão vindo e atropelando o leitor, numa explosão de sensações e sentimentos. A pontuação, em aberto, dá margem a várias significações. Acho isso bem a tua cara, inclusive o toque de sensualidade. Tô gostando de ver que estás criando bastante. Beijos.